quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

MADEIRA

Com o teu mistério e encanto,
As águas em doce pranto
Quando brotam das nascentes,
E descem pelas vertentes,
Parecem querer dizer:
Como é bom aqui viver!

Encantam-me os teus bailados,
E os dançarinos curvados
Evocam a tua história,
A vida de pastorícia,
O amor, a escravatura,
A beleza e a glória.

E sentadas junto às portas
Em grupinhos conversando,
Estão as gentis bordadeiras.
As mãos hábeis tecem sonhos…
Mas os olhos já fechando
Sob o peso das canseiras.

De trajes multicolores
Lá estão a lindas “viloas”
Com os seus cestos de flores,
Para os meus olhos delícias:
Orquídeas e magnólias,
Buganvílias e estrelícias…

Quando morre o sol no horizonte,
Com o perfume de flores no ar,
E uma brisa leve como a vida
Acaricia a tua serena fronte,
Emoldurada pelo céu e pelo mar,
Ficas bela, qual noiva adormecida!



Autoria: Maria da Saudade

Sem comentários:

Enviar um comentário