De olhar felino
e sempre atento,
Ouvidos apurados a
qualquer ruído;
Narinas abertas a
algum movimento
Que por si não seja
conhecido
A quem se aproxima
mostra o ar mais feroz
Que afasta
qualquer: animal ou humano;
Mas seu semblante
mostra uma dor atroz
Por grande
sofrimento, mágoa ou desengano.
Estará ferida de
morte e quer acabar
Sozinha, movida por
orgulho selvagem?
Não quer que a
oiçam gemer ou chorar
Na partida para a
sua última viagem?
De repente lança um
grito arrepiante.
E numa mistura de alívio
e dor,
Ergue-se um pouco,
muda-se o semblante
E os seus olhos
demonstram amor!
Não estava ferida,
não estava a morrer,
Não estava sequer a
fugir de ninguém!
Nas suas entranhas havia um ser,
Que lutava para que
ela fosse MÃE.
Autoria Maria da Saudade
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